A resposta de Santander (SABN11) e Nubank (NUBR34) a eventual teto de juros no cartão

Os presidentes do Santander (SANB11) e do Nubank (NUBR33) demonstraram preocupação com um eventual teto de juros no rotativo do cartão de crédito, depois de, na semana passada, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ter dito que discutiria alternativas ao atual modelo.

Mario Leitão, do Santander, disse que o banco tem discutido com autoridades estudos, potenciais impactos e alternativas a um eventual teto de juros no cartão de crédito, após a instituição reportar um resultado do primeiro trimestre avaliado como fraco por analistas.

O ambiente de juros elevados segue como principal detrator para o Santander, já que mantém custos de captação punitivos e penaliza as receitas de tesouraria, por conta da estrutura de ativos e passivos, disseram analistas do BB Investimentos. 

O Nubank também tem sido penalizado pela Selic elevada, com as perspectivas sobre o banco e o mercado de capitais refletindo em uma baixa acumulada de mais de 60% das ações desde o IPO.

O CEO da fintech, David Vélez, disse hoje ao Valor Econômico que um teto para os juros no cartão seria extremamente prejudicial para o sistema financeiro. “Se isso acontecesse de forma arbitrária, no dia seguinte dezenas de milhões de pessoas perderiam seus cartões, porque a operação não seria mais rentável”, afirmou ao jornal.

Nubank e outras instituições tiveram uma reunião com o ministro da Fazenda na semana passada para discutir o assunto. “[O juro do rotativo] está prejudicando muito a população de baixa renda. Uma boa parte das pessoas que estão no Serasa hoje é por causa de cartão de crédito, e elas não conseguem sair do rotativo”, disse Haddad.

Na Câmara dos Deputados, o Projeto de Lei 2685/2022, do deputado Elmar Nascimento, líder do União Brasil na Casa, propõe impor um teto de 8% ao mês para os juros cobrados pelos bancos no crédito rotativo do cartão.

By Josias Menezes

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