Advogados são suspeitos de falsificar documentos para tentar transferência de presos no RS, diz polícia

Investigação aponta que eles tentavam permuta entre clientes que estavam em casas prisionais de Cruz Alta e Porto Alegre. Fraude foi constatada pela Vara de Execuções Criminais de Cruz Alta. Dupla responde por falsificação de documento público.

A Polícia Civil investiga dois advogados por suspeita de falsificar documentos públicos para tentar a transferência de clientes presos entre penitenciárias no Rio Grande do Sul. Os suspeitos são de Cruz Alta, no Noroeste do estado, e Novo Hamburgo, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Os dois respondem em liberdade pelos crimes de falsificação de documento público e uso de documento falso.

De acordo com o delegado Augusto Zenon, da 2ª Delegacia de Polícia de Combate à Corrupção, foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão nas casas e escritórios dos suspeitos. Foram apreendidos celulares, computador e documentos.

“No curso das investigações, apurou-se que os advogados falsificaram uma decisão judicial de magistrado responsável pela Central de Transferência de Presos da Comarca de Porto Alegre, que teria supostamente deferido a permuta entre detentos da Penitenciária Estadual de Porto Alegre e do Presídio Estadual de Cruz Alta”, explica o delegado Zenon.

Ele conta que o documento público falsificado foi encaminhado por e-mail à Vara de Execuções Criminais de Cruz Alta, que constatou a fraude pelo Poder Judiciário.

A dupla de advogados queria que um detento que está na Penitenciária Estadual de Porto Alegre fosse transferido para a Penitenciária Estadual de Cruz Alta, e um detento que estava no interior fosse para a Capital. O procedimento é chamado de “permuta”. O que queria ir para a Capital é apontado como líder de uma organização criminosa envolvida com o tráfico de drogas.

O delegado Zenon destaca que um dos advogados tem antecedentes policiais por crime parecido. Em meio à pandemia de Covid-19, teria apresentado atestado médico falso à Justiça para tentar converter uma prisão temporária provisória de um cliente em prisão domiciliar.

By Josias Menezes

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