Médico com coronavírus recebe alta após tratamento com ‘pulmão artificial’ em Porto Alegre

Alexandre Ricciardi, de 47 anos, ficou internado por 36 dias na Santa Casa de Misericórdia. Com falência respiratória, ele recebeu tratamento com tecnologia chamada ECMO, uma forma de oxigenação por membrana extracorpórea.

Diagnosticado com coronavírus, o médico Alexandre Ricciardi, de 47 anos, teve falência respiratória e precisou da ajuda de uma máquina para aspirar e oxigenar o sangue. Foram 36 dias internados na Santa Casa de Porto Alegre até a alta médica, nesta segunda-feira (10).

A tecnologia chamada de ECMO- da sigla em inglês que significa oxigenação por uma membrana extracorpórea – atua como um pulmão artificial: usa uma bomba para fazer circular todo sangue para fora do corpo, regressando então, à corrente sanguínea.

Devido complicações causadas pela Covid-19, o pulmão de Alexandre não conseguia mais realizar a troca de oxigênio necessária para a manutenção das funções vitais.

“Essa é uma situação bem extrema, em que a condição de manutenção da oxigenação fica limitada e se a gente não tiver uma medida de suporte, muitas vezes tu não consegue manter o paciente”, explica o cirurgião torácico Spencer Camargo.

Alexandre Ricciardi, de 47 anos, ficou 36 dias internado por conta da Covid-19. — Foto: Reprodução/RBS TV
Alexandre Ricciardi, de 47 anos, ficou 36 dias internado por conta da Covid-19. — Foto: Reprodução/RBS TV
Foto mostra máquina de ECMO durante transplante duplo de pulmão em paciente com Covid-19 em Chicago, no dia 11 de junho.  — Foto: Northwestern Medicine/Handout via Reuters
Foto mostra máquina de ECMO durante transplante duplo de pulmão em paciente com Covid-19 em Chicago, no dia 11 de junho. — Foto: Northwestern Medicine/Handout via Reuters

Alexandre ficou conectado ao sistema de circulação extracorpóreo por sete dias até que o organismo mostrou reação.

“Entre a vida e a morte, nessa linha tênue, hoje eu posso me restabelecer. Tenho uma longa jornada pela frente pra poder voltar as atividades normais, mas eu tenho a possibilidade de ter sido salvo desta doença nova, que a gente conhece muito pouco, mas que é gravíssima”, lembra o médico agora recuperado.

Essa técnica de terapia é complexa e de alto custo. Além disso, está disponível somente em hospitais de alta complexidade e é indicada para pacientes graves, que já não respondam mais a outras medidas.

By Josias Menezes

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