‘Sem expectativa de abertura para o próximo mês’, diz dono de bar em São Paulo

O Kaia, no centro de SP, permanece com entregas e ‘barricadas’ e prefere não abrir as portas até ter mais certeza de retorno de clientes e melhora no contágio de Covid-19. ‘Sem expectativa de abertura para o próximo mês’, diz dono de bar em São Paulo
Mesmo com a flexibilização da quarentena na cidade de São Paulo, o empresário Younes Bari, dono do bar Kaia, ainda não se sente seguro para reabrir ao público.
Além da preocupação com o aumento do contágio de Covid-19, ele avalia que não compensa investir em estoque, neste momento, sem ter certeza do nível de adesão de clientes e, portanto, de uma retomada das vendas.
O G1 está acompanhando as histórias de empreendedores que estão tentando sobreviver à crise provocada pela pandemia do coronavírus e pelo fechamento dos negócios necessário para conter a disseminação da doença. Veja aqui o que os mesmos empresários contaram em abril; o que disseram em maio, e os novos depoimentos este mês:
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Por enquanto, o dono do Kaia prefere continuar focado no sistema de delivery de refeições por aplicativo – implementado em abril – e nas “barricadas”, um sistema de “pegue e pague” que é montado na porta do bar desde o início da pandemia.
“Ainda é muito difícil de prever e tomar decisões de curto prazo. Nós queremos manter a operação que a gente tem feito agora. Sem expectativa de abertura para o próximo mês”.
Além disso, Younes e sua equipe têm usado o tempo para elaborar novas receitas para o cardápio da casa, composto por lanches e petiscos artesanais.
Funcionários
Dos 11 funcionários com carteira assinada, somente três voltaram ao trabalho depois do dia 6 de junho, quando terminou o fim do período de dois meses de redução proporcional de jornada e salário. Younes fez esse acerto com os empregados por meio do Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, do governo federal.
Somente os três funcionários que voltaram ao Kaia continuam participando do programa. Os demais empregados estão em casa, mas remunerados com o salário de antes.
“Agora nós estamos pagando eles normalmente. Se a gente prorrogasse (a redução salarial e de jornada), teríamos que ficar quatro meses com eles contratados e a gente não sabe como isso vai ser no futuro”.
O faturamento do Kaia, que caiu 80% no início da pandemia, não teve “uma recuperação significativa”, segundo Younes. Para manter as suas operações, ele tomou um empréstimo de R$ 50 mil, em maio, que será pago em dois anos.

By Josias Menezes

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