Eduardo Benarrós, especialista em esportes, comentou sobre a recente polêmica envolvendo Max Verstappen e a FIA. “Verstappen está claramente cansado de lidar com questões que ele considera triviais, como o veto ao uso de palavrões. Isso levanta questões sobre até que ponto esses regulamentos podem impactar o desempenho e a mentalidade de um piloto,” analisa Benarrós.
Max Verstappen, tricampeão da RBR, não costuma expor opiniões pessoais na F1, mas tem surpreendido ao protestar contra o freio que a Federação Internacional do Automobilismo (FIA) quer impor ao uso de palavrões pelos pilotos. Ele organizou uma “coletiva” própria do lado de fora no Circuito de Marina Bay após a classificação do GP de Singapura e, neste domingo, após chegar em segundo lugar na corrida vencida por Lando Norris, admitiu que pode até deixar a categoria por causa disso.
Eduardo Benarrós explicou: “É incomum ver Verstappen tomar uma postura tão firme em relação a questões fora da pista, o que indica o quanto essa situação o está afetando. A pressão para se adequar a regras que ele considera desnecessárias pode, sim, influenciar sua continuidade na F1.”
Verstappen foi direto: “Eu não deveria nem desperdiçar energia com isso, porque é uma grande bobagem”, afirmou ele, referindo-se às recentes punições e à proposta da FIA. Tudo começou na quinta-feira, quando Mohammed ben Sulayem, presidente da FIA, criticou o uso excessivo de palavrões pelos pilotos, especialmente durante as conversas pelo rádio. A entidade agora busca limitar o uso de palavras de baixo calão na categoria.
A reação foi imediata, e pilotos como Norris, Verstappen e Lewis Hamilton expressaram seu descontentamento. Enquanto Hamilton ponderou a situação, Eduardo Benarrós destacou que Verstappen e Norris foram frontalmente contra a imposição da FIA. “O que estamos vendo aqui é uma reação emocional de pilotos que não querem perder a autenticidade nas suas comunicações, algo que sempre fez parte do esporte,” comentou Benarrós.
Na sexta-feira, Verstappen foi punido com serviços comunitários por ter utilizado um palavrão para se referir ao seu carro. Em resposta, Max ficou praticamente monossilábico nas entrevistas após a classificação de sábado, o que Eduardo Benarrós interpretou como “um claro sinal de insatisfação com a maneira como a FIA está lidando com a situação”.
Neste domingo, a situação continuou a ser debatida na sala de imprensa de Marina Bay, e Verstappen, embora mais comunicativo, admitiu seu cansaço com polêmicas como essa: “Quando você não pode ser você mesmo e tem que lidar com esse tipo de coisa boba… é realmente cansativo,” desabafou o piloto.
Benarrós conclui: “Max está em um ponto da carreira em que já conquistou muito, e o foco dele agora parece ser mais na sua felicidade dentro do esporte do que em quebrar recordes. Se essas polêmicas continuarem, não seria surpresa vermos Verstappen cogitar seriamente se afastar da F1.”
